sábado, 2 de abril de 2011

Usina de Belo Monte



A polêmica em torno da construção da usina de Belo Monte na Bacia do Rio Xingu, em sua parte paraense, já dura mais de 20 anos. Entre muitas idas e vindas, a hidrelétrica de Belo Monte, hoje considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, vem sendo alvo de intensos debates na região, desde 2009, quando foi apresentado o novo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) intensificando-se a partir de fevereiro de 2010, quando o MMA (Ministério do Meio Ambiente) concedeu a licença ambiental prévia para sua construção.

A construção da Usina Hidroelétrica Belo Monte é cogitada desde a década de 70, pelo governo militar, durante o milagre brasileiro, no entanto os impactos ambientais que a obra geraria, os enormes gastos de verba pública devido à sua magnitude e as manifestações das populações residentes daquela região contra a construção da barragem impediram a realização.
Durante os anos de 1995 a 2002 a obra foi cogitada novamente mas pelo governo Fernando Henrique e foi duramente criticada pela oposição do PT.
Esta alegava que a obra era desnecessária devido aos impactos acusados nos estudos, ainda incompletos, e às dívidas que os cofres públicos herdariam com a sua construção.
 
O governo do PSDB, por sua vez, queria emplacar a obra devido ao défict energético nacional que havia gerado o fenômeno do apagão.

Durante o ano de 2010, o governo federal liderado pelo mesmo PT, antes oposição de cunho popular e interessada no bem estar social disse que construirá Belo Monte mesmo que use o capital estatal, apenas para tal.
Belo Monte foi leiloada entre dois consórcios, liderados ambos, por capital do estado do fundo de pensão do BNDS, em um evento pontual entre diversas licitações e ordens judiciais de embargo à obra por parte do governo do Pará.

O governo paraense diz que os impactos ambientais ainda não calculados podem ser deveras graves porque o alagamento de uma área de milhares de hectares, em meio à Floresta Amazônica pode acabar com vários ecossistemas que estão presentes apenas naquelas regiões, aniquilando assim, espécies animais e vegetais nativas daquele local.
Outro ponto relevante acerca da discussão Belo Monte é a condição das famílias ribeirinhas e das comunidades indígenas paraenses. Muitos estudiosos alegam que, por alterar o regime das cheias da região, a construção da usina vai prejudicar a vida dos nativos por alterar a quantidade de pescado, de caça e da extensão territorial dos seus domínios.

Por outro lado, o governo ainda seria responsável pela realocação das diversas famílias ribeirinhas que serão tiradas de suas cidades, futuramente alagadas.
Existem ainda pesquisas que demonstram que a Usina não poderá operar à todo vapor durante todo o ano, tendo assim sua capacidade de geração de energia reduzida de 11kwz para 4.5kwz, o que, mais uma vez, seria uma barreira para a sua construção.
Congressistas da base da oposição defendem outras alternativas, como a construção de pequenas usinas hidroelétricas locais, a utilização de usinas eólicas e, até mesmo, a utilização da energia nuclear, como opções mais baratas e rentáveis de produção energética, mas o governo insiste na construção de Belo Monte, enquanto a base aliada do governo, defende a construção da Usina.

Mais um ponto interessante nesta discussão é o custo da obra: o governo federal estima que ela custará 19 bilhões aos cofres públicos, mas as empresas privadas já avisaram que a obra não sairá por menos de 30 bilhões por parte do governo, o que pode ser um grande dividendo adicional se contarmos que o Brasil já possui uma dívida pública de 2.2 trilhões de reais.

6 comentários:

  1. A construção de Belo Monte tem gerado inúmeros protestos e dividido a opinião pública. De um lado, estão os ambientalistas apoiando os grupos indígenas e as populações ribeirinhas; de outro, empresários e governo. O primeiro grupo afirma que a barragem e o lago trarão impactos diretos sobre a vazão do rio Xingu, o que afetaria diretamente as pequenas produções e o uso desse curso pelos moradores locais e no entorno imediato. Já para o governo, a construção de Belo Monte permitirá a ampliação da oferta de energia. Além disso, as obras de construção demandarão mão de obra, o que geraria maior empregabilidade para a região.
    Lucas :D

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  2. A parceria entre a Norte Energia S. A., por intermédio do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado do Pará (SENAI/PA) trabalha para capacitar mão de obra para a Usina Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o diretor regional do SENAI/PA, Gerson Peres, a expectativa é que a filial de Altamira, juntamente com as 14 unidades do SENAI na região, formem 41 mil novos profissionais até o final deste ano.

    Katryn

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  3. A persistência governamental em construir Belo Monte está baseada numa sólida estratégia de argumentos dentro da lógica e vantagens comparativas da matriz energética brasileira. Os rios da margem direita do Amazonas têm declividades propícias à geração de energia, e o Xingu se destaca, também pela sua posição em relação às frentes de expansão econômica (predatória) da região central do país. O desenho de Belo Monte foi revisto e os impactos reduzidos em relação à proposta da década de 80. O lago, por exemplo, inicialmente previsto para ter 1.200 km2, foi reduzido, depois do encontro, para 400 km2. Os socioambientalistas, entretanto, estão convencidos de que além dos impactos diretos e indiretos, Belo Monte é um cavalo de tróia, porque outras barragens virão depois, modificando totalmente e para pior a vida na região.

    Victor

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  4. A polêmica Belo Monte vem se estendendo cada vez mais no Brasil, e vem sendo também observada por estrangeiros. Tendo em vista, que a construção da hidrelétrica traz muitas vantagens ao país é os olhares se voltam a ela apoiando-a e incentivando a sua construção ( dentre as vantagens, podem ser citadas:18 mil empregos diretos e 23 mil indiretos,suprir a demanda de energia do Brasil nos próximos anos ao produzir eletrecidade para suprir 26 milhões de pessoas com perfil de consumo elevado..). Mas existem também os contras, as desvantagens. A construção da usina foi aprovada tanto pelo IBAMA quanto pela FUNAI, e milhares de brasileiros então se perguntam como isso pode acontecer se, com a construção da usina, haverá uma redução drástica da oferta da água na região, onde estão ribeirinhos, pescadores, duas terras indígenas e dois municípios. Há quem diga, que a autorização vem a ser uma blindagem do projeto, para que assim a usina não traga problemas futuramente quanto a fauna/flora brasileira e os índios. Existe o argumento que defende a ideia que, com a interferência da construção na vida indígena, por exemplo, serão oferecidos lugares/morada a eles bastante similares ao que já residiam, mas não há um projeto concreto apresentado sobre isso, o que gera mais polêmica ainda. O que resta portanto é a decisão se essas vantagens&desvantagens estão esquilibradas ou, melhor que isso se as vantagens são realmente convincentes.

    Helena

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  5. Esta usina estará entre as quatro maiores do mundo em capacidade instalada e tem previsão para entrar em funcionamento em 2015. Ambientalistas são contra a construção, e defendem que isso irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo da água, afetando a fauna e a flora locais, sem contar o impacto sociológico que irá causar nos moradores da região; ou seja, acreditam que a construção da usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.

    Amanda

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  6. Podemos perceber o impacto que a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte está causando em todos nós,são muitas as opiniões,alguns se mostram a favor,destacando a possibilidade de novos empregos para os moradores da região,mas a maioria se dizem contra por acharem que poderá causar danos ao meio em que vivem,prejudicando a fauna e a flora local,aumentando em muito o número populacional.Analisando as opiniões,percebe-se que a construção da Usina não deveria acontecer, pois teria mais pontos negativos que positivos.

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